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O antes e o depois


Uma vez, quando estava grávida da minha primeira filha, meu obstetra me disse: existiu uma Carolina antes da gravidez e existirá outra depois". Me lembro de ter ficado olhando para ele por alguns segundos muda, tentando mensurar o que havia me dito.


Hoje fazem 7 anos que me tornei mãe e entendo a profundidade do que meu médico estava tentando me mostrar naquele momento.


Ser mãe vai muito além de ter tido parto normal ou cesária, ter amamentado 1 mês ou 1 ano, ter dado a chupeta ou deixado chupar o dedo.


Vai muito além do corpo mudado, das noites mal dormidas, das febres inesperadas e das tosses incuráveis.


Vai além da bagunça da casa, da canetinha no tapete e do giz na parede.


Ser mãe muda sentido das coisas, o sentido das palavras... Muda o sentido da vida!


O tempo, por exemplo. Ele era meu, só meu. E como eu sabia administrá-lo bem. Fazia 100 coisas em um dia, 101 nos dias mais corridos, mas sempre dava conta de tudo que planejava. Depois que me tornei mãe, o tempo não me pertence mais. Vivo correndo atrás dele, como se o relógio andasse mais rápido. E por mais que eu me planeje, sempre tem uma fralda suja quando já estava no elevador, uma febre inesperada quando estava chegando em uma reunião, uma birra na hora de entrar no carro quando já estou 40 minutos atrasada.


O sentido da frase "ter saúde" também muda. Antes eu desejava ser saudável para viver bem. Hoje eu necessito ser saudável, pois tenho duas pequenas que dependem de mim. Antes, pegar um resfriado era: "se sentir mal e ficar de cama". Depois de virar mãe pegar uma gripe forte significa: "será que preciso amamentar de máscara? Será que minhas filhas pegaram? Melhor eu tirar a febre delas com o termômetro de ouvido... E com o de testa... E também com o de mercúrio, vai saber né?"


E ser mãe muda, finalmente, o sentido de algo que conhecemos desde sempre e que permeia grande parte das relações humanas. Ser mãe muda o sentido da palavra amor.


Pode ir procurar no dicionário, no Wikipedia, na Barça, na Bíblia, na Torá, nos poemas medievais... Em nenhum lugar está descrito com precisão e realismo o que de fato significa amar um filho.


Assim, há 7 anos nasceu minha primeira filha e como havia avisado meu médico, há 7 anos nascia uma nova Carolina.

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